sábado, 24 de outubro de 2009

Fábio Mozart - Voltei, Recife

Não foi a saudade que me trouxe pelo braço, conforme o frevo de Luiz Bandeira. Essa incompletude não me corrompe a alma, já que nunca morei lá. Fui visitar o comércio pujante da velha capital pernambucana, que de tão próxima a João Pessoa, depois da duplicação da BR-101 vamos virar subúrbio de luxo da Veneza brasileira. Na qualidade de “estrangeiro” na terra de Joaquim Nabuco, é preciso que eu tenha a sinceridade de afirmar que o caos urbano transformou aquela cidade em um espaço irremediavelmente arruinado. Recife hoje é uma cidade inviável. O quadro de miséria e o estado geral desordenado do trânsito e dos espaços urbanos é excepcional.

No mangue nascem, crescem e servem de alimento os mesmos crustáceos da “Geografia da Fome”, que Josué de Castro tão bem estudou sessenta anos atrás. O ciclo do caranguejo continua, agora sem muito siri, devastado pela poluição dos rios, mangues e mares. A miséria humana é quase a mesma, com exceção do advento de novas chamas infernais que atendem pelo nome de “crack”. A prostituição infantil, a violência sem nenhum controle, a degradação visual e o estado de carência absoluta da maioria de sua imensa população aumentam as negras manchas demográficas, como uma célula cancerígena incontrolável e incessante.

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