Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará.
(Albert Einstein)
Tem a amizade e o amor. A amizade é livre e despreocupada. O amor é a “progressiva apropriação indébita do outro”. Sufocante, o amor é possessividade pura. A amizade é compassiva, é democrática, solidária. O amor é uma ilusão perigosa.
O amor é narcisista e excludente. A amizade subsiste sem traumas. Misterioso, o amor exige que se fique sempre à espreita, esperando um bote do tigre do ciúme ou outra facada mortal traiçoeira qualquer, movida pela mão da insanidade. Arnaldo Jabor escreveu que “não somos vítimas do amor, só do sexo”. Nelson Rodrigues sentenciou que “se o amor não for eterno, não era amor”. Discordo. O amor é uma aflição que dura uma eternidade, até que a gente se dá conta de que o amor é uma inutilidade, uma praga que pega e corrompe. A porra do amor exige demais; doação, vontade, energia, dedicação até seu último alento.
A amizade é anarquista! Não sou o tipo de pessoa que tem muitos amigos. Reservado ao extremo, divido a vida em colunas de débito e crédito. Na parte dos débitos, acuso um monte de feridas feitas por pessoas da intimidade. Mas os poucos amigos e amigas que consegui contabilizar ao longo da vida foram meus créditos mais proveitosos.
Nesse ato de autoflagelação que é o amor, às vezes se sai com o couro ardendo e com uma inimizade para sempre. A amizade pode amainar, mas sempre persiste aquele sentimento de serenidade. O amor tem uma tendência à paranóia, a compulsão de estar sempre analisando o outro, buscando significados ocultos em olhares, ausências, detalhes sutis que uma mente embotada por esse vírus transforma em cenas trágicas.
Aristóteles conclui que a amizade, e não a justiça (como sustentou Platão na República, o grande diálogo sobre a justiça), parece ser o laço que une as comunidades. Para Aristóteles, a amizade é mais elevada que a justiça, porque esta já não é necessária entre amigos. Paul Valéry acreditava que todo o homem tem em si um ditador e um anarquista. O anarquista é o que preserva as amizades e evita o ridículo do amor possessivo. Do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar. Portanto, amizade procede da palavra amar, conservando a nobreza de uma relação afetiva e excluindo a obsessão.
Mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará.
(Albert Einstein)
Tem a amizade e o amor. A amizade é livre e despreocupada. O amor é a “progressiva apropriação indébita do outro”. Sufocante, o amor é possessividade pura. A amizade é compassiva, é democrática, solidária. O amor é uma ilusão perigosa.
O amor é narcisista e excludente. A amizade subsiste sem traumas. Misterioso, o amor exige que se fique sempre à espreita, esperando um bote do tigre do ciúme ou outra facada mortal traiçoeira qualquer, movida pela mão da insanidade. Arnaldo Jabor escreveu que “não somos vítimas do amor, só do sexo”. Nelson Rodrigues sentenciou que “se o amor não for eterno, não era amor”. Discordo. O amor é uma aflição que dura uma eternidade, até que a gente se dá conta de que o amor é uma inutilidade, uma praga que pega e corrompe. A porra do amor exige demais; doação, vontade, energia, dedicação até seu último alento.
A amizade é anarquista! Não sou o tipo de pessoa que tem muitos amigos. Reservado ao extremo, divido a vida em colunas de débito e crédito. Na parte dos débitos, acuso um monte de feridas feitas por pessoas da intimidade. Mas os poucos amigos e amigas que consegui contabilizar ao longo da vida foram meus créditos mais proveitosos.
Nesse ato de autoflagelação que é o amor, às vezes se sai com o couro ardendo e com uma inimizade para sempre. A amizade pode amainar, mas sempre persiste aquele sentimento de serenidade. O amor tem uma tendência à paranóia, a compulsão de estar sempre analisando o outro, buscando significados ocultos em olhares, ausências, detalhes sutis que uma mente embotada por esse vírus transforma em cenas trágicas.
Aristóteles conclui que a amizade, e não a justiça (como sustentou Platão na República, o grande diálogo sobre a justiça), parece ser o laço que une as comunidades. Para Aristóteles, a amizade é mais elevada que a justiça, porque esta já não é necessária entre amigos. Paul Valéry acreditava que todo o homem tem em si um ditador e um anarquista. O anarquista é o que preserva as amizades e evita o ridículo do amor possessivo. Do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar. Portanto, amizade procede da palavra amar, conservando a nobreza de uma relação afetiva e excluindo a obsessão.
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