quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Uma bodega filosófica

Zé de Bica tem uma bodega na cidade de Itabaiana, terra do poeta Zé da Luz. Bodega você sabe o que é, né? Uma vendola de secos e molhados, onde o matuto também pode molhar a goela com a melhor “pau dentro” da região. “Pau dentro” você sabe o que é, né? Uma bebida fermentada misturada com mel de abelha e algumas raízes medicinais.

A bodega do Zé de Bica é palco de muitas cantorias de “pé de parede” de poetas repentistas. Eles chegam na segunda, véspera de feira, de tardezinha, e abrem a sessão com um prato no meio, dois ou três pinguços e muita imaginação. Desses, tem dois poetas que eu acho o máximo! Curió de Salgado e Antonio Xexéu. Esses dois passarinhos tem dia que estão inspirados como nunca. Cantam pela noite adentro no ritmo da viola, e haja toada, e haja poesia, e tome versos celestiais. E tome “pau dentro!”

Outro dia pedi um mote sobre o poeta Augusto dos Anjos. Augusto você sabe quem é, né? Aquele poeta de Sapé que escreveu uns versos da gota serena de científicos, cheios de nomes estrambóticos. Mas é como disse um escritor aqui da terra: quando o poeta está na boca do povo, é porque está consagrado pra “seculum seculorum”. Assim falou Zaratustra e Antonio Xexéu. Augusto é assim, um poeta que todo bebinho sabe de cor alguns versos. E cantador de viola sabe tudo! Aí eu botei dez reais no prato e pedi:

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