segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Depressão

Fábio Mozart

Amiga minha escreve no seu blog sobre tristeza, desencanto e desilusão com a vida. Encontra-se sem ânimo, cansada. Para ela, existe um vazio no seu coração que precisa ser preenchido. Pensa em viajar para outros países, talvez para o continente africano, numa dessas missões humanitárias, para ajudar pessoas, sentir-se útil, com sua mala cheia de amor, carinho, atenção e fé em seu Deus. Só assim, acha que poderá reencontrar a alegria de viver.

Peço vênia para arrumar essas coisas segundo um enfoque diferente, a partir das minhas próprias ânsias diante do engarrafamento psicológico que o mundo moderno criou para nós. Nossa amiga está atravessando uma crise existencial, à beira de uma depressão. Todos se sentem “pra baixo” de vez em quando. Precisa saber se esse é um evento psiquiátrico ou uma daquelas fases ruins pelas quais todos nós passamos. Aconselho um acompanhamento profissional.

O nosso interior é insondável. Mesmo a pessoa mais íntima não consegue vislumbrar o que se passa na mente do parceiro. Minha amiga, felizmente, tem tudo para superar sua angústia, porque o mais profundo dos medos no ser humano é o de não arranjar nada ou perder o que tem. E ela tem um particular indivisível, um forte caráter, perseverança, personalidade e absoluto desinteresse por bens materiais. Creio que essa sua apatia seja apenas um desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Vai passar, ficando a esperança de que sua missão está apenas começando.

Publiquei essa preocupação em site da internet e recebi algumas mensagens em resposta. Uma leitora de Curitiba, Paraná, cujo pseudônimo é “Sonhar é tudo”, escreveu: “Parabéns Fábio, o seu texto com certeza está sendo muito útil para muita gente. Momentos de crise existencial acometem muitos de nós hoje em dia. Imagino que parte disso se deve ao fato de estarmos passando por cima de certos valores essênciais para darmos espaço aos tempos modernos. Gostei muito do seu texto, de grande valia para nossa compreensão interior”.

Marlene de Letícia mora em Itanhaém, São Paulo. Sua mensagem: “Fabio, gostei demais do seu texto. Eu, que sofro de depressão leve, que tenho um filho severamente castigado pela esquizofrenia e tenho os meus sentidos voltados para o entendimento das doenças psíquicas, entendi perfeitamente a sua mensagem. Parabéns!”.

Os caras da foto são uns gozadores, mas é isso, não se deve levar a sério as doenças sérias.

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