quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MARANHÃO E SEU PLANO DE ACABAR COM ALAGOA GRANDE.

É sob um histórico de desastre que se discute atualmente a possibilidade de reconstrução da Barragem de Camará, um dos maiores exemplos da irresponsabilidade administrativa que se tem registro na história da Paraíba.

Em resumo, a população de Alagoa Grande tem razão em temer a reconstrução. E o Ministério Público Federal de vislumbrar corrupção.

É porque o histórico da construção da barragem de Camará é pontuado de irregularidades. Tanto no que diz respeito ao uso das verbas públicas quanto no projeto de engenharia.

A obra foi orçada, inicialmente, em R$ 9 milhões. Freqüentes termos aditivos levaram a obra a custar R$ 24 milhões. Nos dizeres do deputado Ricardo Barbosa (PSB), o governador licitou a compra de um Celta e pagou por uma Mercedez.

Há ainda outra série de descumprimento a cláusulas do contrato com a CRE.

O relatório da auditoria do Tribunal de Contas do Estado é massacrante. E por que nunca foi apreciado? Porque o conselheiro Marcus Ubiratan nunca conclui seu voto para levar a plenário. Coincidência ou não, Ubiratan é hoje secretário de Finanças de Maranhão.

No quesito engenharia, a construção de Camará é um exemplo gritante de como colocar vidas em risco. Técnicos de várias instituições, muitos deles contratados pelo próprio governo Maranhão, alertaram pelo risco de construção da obra, que foi fundada sobre rochas com fissuras.

Alguns deles chegaram a ser claros em falar em remoção dos blocos em razão da pouca homogeneidade dos blocos.

Camará, então, estava fadada ao rompimento. Não é de se estranhar agora que população e Ministério Público Federal, que apurou o caso na época, revelem preocupação com a proposta de reconstrução da Barragem.

Errar é humano. Insistir no erro, neste caso, é crime premeditado.

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