A inércia atinge setores essenciais do serviço público estadual; a máquina administrativa, inchada por milhares de nomeações de cargos comissionados num ritmo alucinante, não consegue dar respostas às demandas mais básicas; limita-se a inaugurar o que foi deixado praticamente concluído pelo ex-governador Cássio Cunha Lima; crises pontuais abalam a imagem de um governo ainda sem identidade, e o que parecia improvável começa a tomar corpo: Brasília pode ter péssimas novidades para o cacique peemedebista, além da incineração do mais simbólico ícone do partido no momento - o senador José Sarney...
O fantasma da ADPF 155, que pede novas eleições na Paraíba, soma-se às preocupações presentes das mais ilustres cabeças desse governo que ainda ensaia começar. A ação deve ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal nos próximos dias e impõe um clima de expectativa letárgica nos operadores da administração e uma crescente sensação de incertezas no seio da sociedade.
Já comprovado através de pesquisas de opinião e de seguidos resultados das urnas, a Paraíba é dividida meio a meio entre os grupos que disputam o poder. Para os que compõem a banda cassista, a ADPF 155 renasce a cada manhã como um sonho e esperança viva; para o lado maranhista, o horizonte ganha contorno de provável pesadelo, a se confirmarem certas tendências entre as respeitadas cabeças do STF, guardião da Constituição.
Mas deixemos as expectativas e voltemos ao presente.
Como é sempre mais árduo o caminho para quem não sabe aonde quer ir, o Governo Maranhão III transforma um problema de origem - assumir um mandato pela metade, com pouco tempo para se organizar e quase nenhuma chance para errar - em um pesadelo quase diário - para sí e para o Estado.
Repleto de "governinhos" internamente, o Maranhão III teve no recente Caso Weick um típico caso de descontrole. Sem precisar de qualquer mãozinha da Oposição, colegas de equipe e uma entidade respeitada como o Sindfisco fizeram um estrago grande na imagem do fulgurante algoz da cassação, ex-procurador geral do Estado e atual secretário de Governo.
Com isso, expuseram também chagas intestinas na equipe de um governador titubeante e inerte.
Os atos seguidos para tentar estancar a sangria demonstram bem o que leva a falta de rumo e de uma mão firme a coordenar um time que está mais para o "Exército de Brancaleone" do que para um secretariado de alto nível. Denúncia eclodida, só três dias depois o ex-procurador começou a se explicar. Nesse momento, um Maranhão constrangido tratou de dizer também que não estava sabendo do fato, limitando-se a dizer que os próprios auxiliares resolvessem a parada - algo do tipo "não tenho nada a ver com isso...vocês que fizeram que a dita cuja tratem de se limpá-la"...
Sem que o cadáver da crise tenha sido sepultado, não se sabe à essa altura, afinal, qual é a mensagem do Governo nesse episódio à sociedade perplexa com a crise e a pós-crise: quem foi denunciado mantém-se no mais destacado cargo do governo; o duro parecer do consultor jurídico do governador, recomendando inclusive sindicância para apurar improbidade, e o desabafo do secretário da Receita não foram levados em conta pelo manda chuva; o procurador geral atual desclassificou a polêmica peça do ex Weick, que permitia uma sangria de R$ 12,5 milhões aos cofres estaduais, mas Maranhão continua agindo como se tudo estivesse em céu de brigadeiro no seu mundinho..
Resumo da ópera: um samba do criolo doido. Apenas mais um entre as muitas notas dissonantes do Maranhão III.
Pancada
Fosse ainda pouco, até mesmo a decisão unânime do Tribunal de Justiça da Paraíba na semana passada em favor de um mandado de segurança da Agência Mix.com contra o Governo do Estado é mais uma pancada nas aspirações de um Maranhão III envolvido no redemoinho da própria crise.
Com um direito bom, a Mix, que estava sob contrato do governo até setembro deste ano, quer de volta cada centavo que deixou de receber por, de forma intempestiva, no início deste ano, o Governo do Estado atender recomendação do então procurador geral Marcelo Weick e jogar no lixo o compromisso legal.
Negligência
Um moderno tomógrafo, comprado no início deste ano na gestão de Cássio Cunha Lima, por quase R$ 1 milhão, continuaria encaixotado, levando sol e chuva, em um depósito ao ar livre no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, na Capital.
Tendo recebido a denúncia, o deputado Lindolfo Pires (DEM) quer apuração do fato e encaminhará Pedido de Informações esta semana à Secretaria de Saúde. Procedendo a informação, vai pedir ao Ministério Público para ingressar com ação contra o Estado ainda não tomou a iniciativa de fazer funcionar um equipamento tão caro e útil no tratamento e cura de milhares de pessoas carentes, por mais de seis meses.
O fantasma da ADPF 155, que pede novas eleições na Paraíba, soma-se às preocupações presentes das mais ilustres cabeças desse governo que ainda ensaia começar. A ação deve ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal nos próximos dias e impõe um clima de expectativa letárgica nos operadores da administração e uma crescente sensação de incertezas no seio da sociedade.
Já comprovado através de pesquisas de opinião e de seguidos resultados das urnas, a Paraíba é dividida meio a meio entre os grupos que disputam o poder. Para os que compõem a banda cassista, a ADPF 155 renasce a cada manhã como um sonho e esperança viva; para o lado maranhista, o horizonte ganha contorno de provável pesadelo, a se confirmarem certas tendências entre as respeitadas cabeças do STF, guardião da Constituição.
Mas deixemos as expectativas e voltemos ao presente.
Como é sempre mais árduo o caminho para quem não sabe aonde quer ir, o Governo Maranhão III transforma um problema de origem - assumir um mandato pela metade, com pouco tempo para se organizar e quase nenhuma chance para errar - em um pesadelo quase diário - para sí e para o Estado.
Repleto de "governinhos" internamente, o Maranhão III teve no recente Caso Weick um típico caso de descontrole. Sem precisar de qualquer mãozinha da Oposição, colegas de equipe e uma entidade respeitada como o Sindfisco fizeram um estrago grande na imagem do fulgurante algoz da cassação, ex-procurador geral do Estado e atual secretário de Governo.
Com isso, expuseram também chagas intestinas na equipe de um governador titubeante e inerte.
Os atos seguidos para tentar estancar a sangria demonstram bem o que leva a falta de rumo e de uma mão firme a coordenar um time que está mais para o "Exército de Brancaleone" do que para um secretariado de alto nível. Denúncia eclodida, só três dias depois o ex-procurador começou a se explicar. Nesse momento, um Maranhão constrangido tratou de dizer também que não estava sabendo do fato, limitando-se a dizer que os próprios auxiliares resolvessem a parada - algo do tipo "não tenho nada a ver com isso...vocês que fizeram que a dita cuja tratem de se limpá-la"...
Sem que o cadáver da crise tenha sido sepultado, não se sabe à essa altura, afinal, qual é a mensagem do Governo nesse episódio à sociedade perplexa com a crise e a pós-crise: quem foi denunciado mantém-se no mais destacado cargo do governo; o duro parecer do consultor jurídico do governador, recomendando inclusive sindicância para apurar improbidade, e o desabafo do secretário da Receita não foram levados em conta pelo manda chuva; o procurador geral atual desclassificou a polêmica peça do ex Weick, que permitia uma sangria de R$ 12,5 milhões aos cofres estaduais, mas Maranhão continua agindo como se tudo estivesse em céu de brigadeiro no seu mundinho..
Resumo da ópera: um samba do criolo doido. Apenas mais um entre as muitas notas dissonantes do Maranhão III.
Pancada
Fosse ainda pouco, até mesmo a decisão unânime do Tribunal de Justiça da Paraíba na semana passada em favor de um mandado de segurança da Agência Mix.com contra o Governo do Estado é mais uma pancada nas aspirações de um Maranhão III envolvido no redemoinho da própria crise.
Com um direito bom, a Mix, que estava sob contrato do governo até setembro deste ano, quer de volta cada centavo que deixou de receber por, de forma intempestiva, no início deste ano, o Governo do Estado atender recomendação do então procurador geral Marcelo Weick e jogar no lixo o compromisso legal.
Negligência
Um moderno tomógrafo, comprado no início deste ano na gestão de Cássio Cunha Lima, por quase R$ 1 milhão, continuaria encaixotado, levando sol e chuva, em um depósito ao ar livre no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, na Capital.
Tendo recebido a denúncia, o deputado Lindolfo Pires (DEM) quer apuração do fato e encaminhará Pedido de Informações esta semana à Secretaria de Saúde. Procedendo a informação, vai pedir ao Ministério Público para ingressar com ação contra o Estado ainda não tomou a iniciativa de fazer funcionar um equipamento tão caro e útil no tratamento e cura de milhares de pessoas carentes, por mais de seis meses.
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