
Foi no começo dos anos setenta que um engenheiro da antiga Rede Ferroviária Federal de nome Edmur Roque de Arruda resolveu demolir a estação de Sapé. O prefeito José Feliciano não se importou em autorizar a barbárie, permitindo botar abaixo aquele prédio de valor patrimonial-histórico inestimável. Hoje, a velha estação ferroviária de Sapé vive apenas na memória dos mais antigos moradores do lugar, ou nos registros fotográficos raríssimos, como a foto que publicamos no blog.
Na época, não sei se vozes discordantes lutaram para manter pelo menos a fachada do edifício, causando algum entrave à decisão irracional do engenheiro e do prefeito. Isso é de se pesquisar nos jornais daqueles tempos. A demolição deu lugar a um pátio onde foi construído quiosque para reunir a juventude em torno de bebida alcoólica e música de péssima qualidade. Nada de um projeto cultural que, pelo menos, amenizasse a destruição do prédio histórico. Na cidade de Mari, fui o último chefe da estação antes da privatização da Rede Ferroviária e consequente desativação do trecho Paraíba/Rio Grande do Norte. O estilo ditatorial do engenheiro Edmur já não pontificava na empresa. Aposentado, ele não conseguiu terminar a “obra” de demolir as outras estações do trecho. Lutei muito para que a estação de Mari fosse preservada. Por falta de políticas públicas de cultura, a ONG Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz assumiu o prédio, onde funciona uma biblioteca e uma rádio comunitária. Em vez de destruir o passado, a própria sociedade mariense cumpriu a função de dar respostas a esse problema, restaurando a dignidade do seu edifício histórico, marco da colonização do Município.
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