segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fábio Mozart / Pra não dizer que não falei de Michael Jackson.

Pra não dizer que não falei de Michael Jackson.

Fábio Mozart

Conforme o velho adágio popular, cada coisa com seu uso, cada roca com seu fuso. Mozart, o gênio da música (1756-1791) foi enterrado como indigente por meia dúzia de gatos pingados, segundo anotou o cronista Marcos Tavares. O corpo de Michael Jackson ainda hoje anda de lá pra cá satisfazendo a ganância da indústria cultural que o criou e acabou matando. O Rei do Pop, conforme dizem, foi o astro de um “showneral”, mistura de show com funeral, a coisa mais cretina que já vi no perverso mundo do “show busines.” A internet bombou com piadas sobre o rapaz negro que queria ser branco. O que rolou de humor negro...

Uma das mais infames: a mulher de Michael Jackson acaba de dar a luz ao seu filho. Michael pergunta ao médico: -“Doutor, quanto tempo devo esperar antes de recomeçar as relações sexuais?” O médico responde: - “Espere até ele ter uns 11 ou 12 anos...”

Sabe o que acho da estrela pop americana? Acho um saco. Não gosto de suas músicas, dos trejeitos, do estilo de vida e muito menos da alienação que submeteu toda uma geração, mesmo sem sentir. Como tantas coisas provenientes do incrível mundo do Tio Sam, o produto Michael Jackson nunca foi por mim consumido. Ironia: o ilusionista Michael Jackson morreu mesmo na hora em que a artilharia norte-americana estava apontada para o Irã, desviando o foco da atenção da águia faminta. Salvou assim, por uns dias, a pele de outro ilusionista, um tal de Ahmadinejad, chefão do regime islâmico do Irã.

Como já disse Gilberto Gil, o problema de Michael Jackson não foi ficar branco, mas ficar triste... Com todos os defeitos e anormalidades psíquicas que adquiriu, MJ foi de qualquer forma um grande artista e fará falta aos seus fãs. Ele tornou-se uma estranha personagem midiática, mas de fato marcou a cultura de massa.

Jackson por Jackson, sou mais o do Pandeiro, esse sim um artista arretado! E aquele negócio de pegar nos bagos? No conjunto da obra, o rapaz americano representava o cúmulo da cafonice e do mal gosto. Não terei saudades...


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