segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FÁBIO MOZART / Um herói de Itabaiana

“Quem faz o que gosta não precisa trabalhar”, sentencia a sabedoria do povo. Diz que os empresários já perceberam que os melhores empregados são os que trabalham como os artistas, gente que se entrega às suas tarefas com prazer e dedicação integral. É o que se chama de vocação.

O assunto me vem à baila quando leio na imprensa escrita que um soldado da Polícia Militar, do destacamento de Malta, inventou um método que utiliza imagens de satélite para realizar ações de combate ao tráfico de drogas na região. O policial Messias Paulino, idealizador do sistema, disse que já foram desarticulados dois pontos de venda de crack e maconha e que outros estão sendo monitorados para as próximas investidas.

No domingo, a imprensa noticia que uma dupla de bandidos sequestrou um ônibus que vinha de Bayeux para João Pessoa, “por pouco não servindo de palco para uma tragédia idêntica à que ocorreu no Rio de Janeiro, quando uma passageira feita refém dos assaltantes foi morta no conflito com a Polícia”, conforme esclarece o texto do jornalista Humberto Lira. Depois de mais de uma hora de negociações, os sequestradores se entregaram. O negociador foi o Aspirante Carlos Eduardo, oficial do CHOQUE, tropa especial da PM que cercou o ônibus. Ele poderia ter atirado nos rapazes, teve chance para isso, mas preferiu o caminho do diálogo a correr o risco de vitimar inocentes, no caso, os passageiros e tripulação do ônibus.

Esse verdadeiro herói urbano arrisca sua vida para defender a sociedade, em troca de um salário ridículo. Ele e tantos outros fazem mais do que pede sua profissão, dedicam-se de corpo e alma ao seu ofício, e merecem o nosso reconhecimento. Depois do caso sucedido, não ouvi nenhum político comentando e nenhum comandante exaltando a ação do policial Carlos Eduardo. A igreja não permite o controle da natalidade, a família e o Estado não oferecem educação, o País não dá emprego e querem que a Polícia resolva tudo sozinha. A corporação recebe toda carga de crítica da comunidade, que a culpa pela violência crescente.

Na verdade, o Policial Militar moderno recebe uma educação de primeiro mundo, de onde saem soldados com a qualificação de Carlos Eduardo, mas o problema da segurança pública continua: a falta de condições operacionais, a falta de apoio, a baixa remuneração e a forte influência política nessas corporações. O policial hoje assume as funções de enfermeiro, juiz de paz, conselheiro, agente de saúde e até psicólogo. A maior homenagem que se pode fazer ao herói Aspirante Carlos Eduardo, ao dedicado praça Messias Paulino e a todos os profissionais da segurança pública é apoiar a PEC 300, que nivela os salários dos policiais militares e bombeiros de todo o Brasil.

De nossa parte, vamos providenciar a medalha do nosso herói Carlos Eduardo, que é filho de Itabaiana, sobrinho do nosso estimado amigo Beto de Zé de Paulo. O vereador Zé Cobal, rápido no gatilho, já encaminhou à Câmara pedido de aprovação de Voto de Aplausos ao competente militar.

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