sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fábio Mozart - Porque não leem nossos escritores.

O professor Damião Ramos enviou mensagem perguntando sobre o jornal Tribuna do Vale, periódico de Itabaiana e cidades vizinhas no vale do Paraíba, fora de circulação há mais de seis meses. Na qualidade de redator, repórter, diagramador e gazeteiro daquele jornal, tenho o desprazer de informar que a publicação encontra-se em fase terminal. Fomos vencidos pela tal crise econômica. Com a queda dos contratos publicitários e base de assinantes, fomos à lona. Mas a Tribuna não está só no desastre: nos Estados Unidos já fecharam mais de cem jornais. Publicações de referência na Europa como El País, na Espanha, Le Monde na França e The Times no Reino Unido, além do Corriere de La Será, na Itália, estão com a corda no pescoço. Estamos em boa companhia no fundo do poço. É o começo do fim da imprensa escrita. A internet é a mídia do futuro.

Mas o que quero falar mesmo é sobre a crise cultural que assola nossa terra. Temos ótimos escritores, a começar pelo próprio Damião Cavalcanti, autor de um livro chamado “Ausência do Tempo”, cujos poemas “são talhados para durar”, conforme o grande cronista e poeta Luiz Augusto Crispim, já no andar de cima. De poetas, posso falar de dezenas, dos bons, a exemplo desse menino Ricardo Aguiar, filho do nosso estimado amigo Geraldo Aguiar, Jessier Quirino que dispensa comentários, o também regionalista Antonio Costta e tantos mais. Cronistas do quilate de Reginaldo Alves e Marcos William, teatrólogos da excelência de um Romualdo Palhano, memorialistas do jaez de Arnaud Costa, enfim, ótimos autores itabaianenses que quase ninguém lê.

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