Meu cunhado Joaquim Lopes, o conhecido Neguinho do Sítio Sabiá, repassou-me uma fita cassete cujo conteúdo é muito precioso. Trata-se de gravação de uma cantoria de “pé-de-parede” com Manoel Xudu e Ivanildo Vila Nova, dois ícones do repente nordestino. Sabe-se que Manoel Xudu faleceu e deixou pouquíssimos registros sonoros. O material para mim tem alto valor, porque sou admirador desse gênio da poesia popular, tendo lançado um livro – “Manoel Xudu, o príncipe dos poetas repentistas” – em sua terra natal, São José dos Ramos, cuja edição está esgotada.
Vou mandar remasterizar o material fonográfico e procurar o poeta Ivanildo Vila Nova para negociar os direitos autorais, juntamente com os familiares do grande Xudu. É que pretendo lançar uma segunda edição do livro, encartando CD dessa cantoria histórica. Imagina se vai agregar valor à obra! Tem um disco de vinil que dizem ser o mais valioso da história da música brasileira, o “Paêbirú”, de Zé Ramalho e Lula Cortês, que no seu formato original está valendo cerca de R$ 4 mil reais. Pois a fita de Xudu vale muito mais pela sua natureza histórica e porque o artista já faz parte do mundo dos espíritos.
Nos lábios de Manoel Xudu morava o milagre da palavra que era sempre nova, mágica, imprevista e alucinante. Xudu é um gênio do improviso, que é um fenômeno curioso da mecânica mental. No improviso não há raciocínio, há inteligência em estado bruto. Para o escritor cearense Renato Sóldon, “o improviso é uma idéia instintiva que não sofre o processo lógico das idéias acionadas pela reflexão”. Citando Freud e Ralph, ele acrescenta que o improviso é a subversão cerebral do pensamento pela explosão revolucionária do subconsciente.
Penso em disponibilizar para os amigos admiradores da poesia popular esse CD com o livro, apenas para assinantes, numa edição mais do que especial. Sou um apaixonado pela arte da gente simples do Nordeste, adotando mesmo o espírito dos brincantes. Não trabalho nisso para ganhar dinheiro, assim como o mestre de boi de reis nada quer para si além de alguns trocados para a cachaça dos brincantes e despesas da brincadeira. Mas a coisa é séria, e exige um profissional no circuito. Para isso, já entrei em contato com o livreiro Heriberto Coelho, do Sebo Cultural, que se mostrou interessado em fazer parceria para a edição da obra.
Na fita, a dupla de violeiros produz a síntese mais acabada dessa arte de cantar repente, manifestação ao vivo da genialidade em sextilhas de singeleza admirável. O talento invejável desses dois artistas produziu um monumento de arte a exprimir um mundo de emoções e expressões poéticas. Já ouvi mais de dez vezes o material, transcrevendo as estrofes. A qualidade sonora é péssima, vai exigir muito recurso da técnica no processo de remasterização. Ao final, teremos uma cantoria entre dois gigantes do repente que “simboliza a vitória do simples sobre o complexo”, na expressão do folclorista piauiense Pedro Ribeiro.
Vou mandar remasterizar o material fonográfico e procurar o poeta Ivanildo Vila Nova para negociar os direitos autorais, juntamente com os familiares do grande Xudu. É que pretendo lançar uma segunda edição do livro, encartando CD dessa cantoria histórica. Imagina se vai agregar valor à obra! Tem um disco de vinil que dizem ser o mais valioso da história da música brasileira, o “Paêbirú”, de Zé Ramalho e Lula Cortês, que no seu formato original está valendo cerca de R$ 4 mil reais. Pois a fita de Xudu vale muito mais pela sua natureza histórica e porque o artista já faz parte do mundo dos espíritos.
Nos lábios de Manoel Xudu morava o milagre da palavra que era sempre nova, mágica, imprevista e alucinante. Xudu é um gênio do improviso, que é um fenômeno curioso da mecânica mental. No improviso não há raciocínio, há inteligência em estado bruto. Para o escritor cearense Renato Sóldon, “o improviso é uma idéia instintiva que não sofre o processo lógico das idéias acionadas pela reflexão”. Citando Freud e Ralph, ele acrescenta que o improviso é a subversão cerebral do pensamento pela explosão revolucionária do subconsciente.
Penso em disponibilizar para os amigos admiradores da poesia popular esse CD com o livro, apenas para assinantes, numa edição mais do que especial. Sou um apaixonado pela arte da gente simples do Nordeste, adotando mesmo o espírito dos brincantes. Não trabalho nisso para ganhar dinheiro, assim como o mestre de boi de reis nada quer para si além de alguns trocados para a cachaça dos brincantes e despesas da brincadeira. Mas a coisa é séria, e exige um profissional no circuito. Para isso, já entrei em contato com o livreiro Heriberto Coelho, do Sebo Cultural, que se mostrou interessado em fazer parceria para a edição da obra.
Na fita, a dupla de violeiros produz a síntese mais acabada dessa arte de cantar repente, manifestação ao vivo da genialidade em sextilhas de singeleza admirável. O talento invejável desses dois artistas produziu um monumento de arte a exprimir um mundo de emoções e expressões poéticas. Já ouvi mais de dez vezes o material, transcrevendo as estrofes. A qualidade sonora é péssima, vai exigir muito recurso da técnica no processo de remasterização. Ao final, teremos uma cantoria entre dois gigantes do repente que “simboliza a vitória do simples sobre o complexo”, na expressão do folclorista piauiense Pedro Ribeiro.
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