Fábio Mozart
Nos meus tempos de teatrista amador, nunca gostei de encenar a paixão de Cristo e teatro infantil. O primeiro porque lembro do ridículo das encenações nos circos mambembes de minha época em Timbaúba e Itabaiana. Paixão de Cristo, para mim, tem que ser uma super produção. Na versão amadora, vira inevitavelmente comédia. E teatro infantil sempre achei chato. Um bando de marmanjos com cara de imbecis, querendo que a platéia seja um magote de pequenos débeis mentais. Criança é inteligente mais do que se imagina, e texto infantil de qualidade é coisa rara.
Tentei dirigir duas versões da paixão, uma em Itabaiana e outra experiência frustrante em Mari. Na velha Itabaiana, final dos anos 70, escrevi um roteiro chamado “Auto da Paixão” para ser encenado na rua, durante a Via Crucis, no tablado de um velho caminhão. Para começar, perdemos o apoio da própria Igreja, porque o padre achou um sacrilégio o costume dos atores enfiarem piolas de cigarro nas bocas dos santos da Igreja Matriz, onde começamos os ensaios.
Os atores não colaboravam. Um tal Enoque, sujeito meio burro que fazia o papel de Judas, sempre beijava o homem errado na cena do beijo traiçoeiro. Além de problemas ligados ao consumo de álcool e outras substâncias químicas por parte do elenco, a encenação funcionou mal por causa de Biu Penca Preta, escalado para ser um soldado romano. Incorporado no personagem, Biu baixou a lenha com gosto no lombo de Jesus, que vinha a ser o vigilante Rossi. Esse mártir levou tantas chibatadas que não aguentou:
--- Biu, bate devagar que ta doendo!
E Biu, sem querer acordo:
--- Comigo é pra se lascar!
Tentei dirigir duas versões da paixão, uma em Itabaiana e outra experiência frustrante em Mari. Na velha Itabaiana, final dos anos 70, escrevi um roteiro chamado “Auto da Paixão” para ser encenado na rua, durante a Via Crucis, no tablado de um velho caminhão. Para começar, perdemos o apoio da própria Igreja, porque o padre achou um sacrilégio o costume dos atores enfiarem piolas de cigarro nas bocas dos santos da Igreja Matriz, onde começamos os ensaios.
Os atores não colaboravam. Um tal Enoque, sujeito meio burro que fazia o papel de Judas, sempre beijava o homem errado na cena do beijo traiçoeiro. Além de problemas ligados ao consumo de álcool e outras substâncias químicas por parte do elenco, a encenação funcionou mal por causa de Biu Penca Preta, escalado para ser um soldado romano. Incorporado no personagem, Biu baixou a lenha com gosto no lombo de Jesus, que vinha a ser o vigilante Rossi. Esse mártir levou tantas chibatadas que não aguentou:
--- Biu, bate devagar que ta doendo!
E Biu, sem querer acordo:
--- Comigo é pra se lascar!
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