sexta-feira, 3 de julho de 2009

Fábio Mozart / A lei de Zé Cobal

A lei de Zé Cobal.

Fábio Mozart

www.fabiomozart.blogspot.com

Às vinte horas e quinze minutos do dia doze de maio de dois mil e nove, reuniu-se ordinariamente a Câmara Municipal de Itabaiana, sob a Presidência do Vereador Ronaldo Gomes da Silva, para discutir e votar Projeto de Lei do vereador José de Assis, o Zé Cobal, que “determina à Agencia da Caixa Econômica Federal colocar em funcionamento nos horários de atendimento o sistema de ar condicionado do auto-atendimento. Isto se faz necessário porque as pessoas são prejudicadas devido à aglomeração de muita gente num mesmo lugar e a temperatura do ambiente se eleva, o que leva as pessoas a passar mal. Então, o atendimento se torna péssimo e desconfortável para os clientes, isso é uma falta de respeito, já não basta o tempo que as pessoas passam numa fila para ser atendidas, ainda teem que ficar sem o sistema de ar condicionado, desligado num calor insuportável”. É um verdadeiro suplício, queixa-se o vereador Zé Cobal.

Essa matéria está na ata da sessão da Câmara de Itabaiana. O Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade em regime de urgência, dispensados os pareceres das comissões.

Meu amigo Zé Cobal está muito bem intencionado ao legislar sobre o ar condicionado da Caixa, mas, e tudo tem um porém, o buraco é mais embaixo, ou mais em cima. Zé Cobal talvez queira jogar para sua platéia, mas incorre em ato de ignorância a respeito das nossas leis municipais. Nem ele sabia que uma lei municipal já protege os clientes, que não podem passar mais de meia hora na fila. É a lei 223/2007, que ainda obriga as agências bancárias de Itabaiana a instalarem assentos, senha de atendimento, bebedouros de água, ar condicionado e sanitários para o público. Essa lei é de autoria do ex-vereador Preto. A Câmara melhor faria se fosse reclamar no Ministério Público a observância das leis que ela própria aprova.

Essa lei é mais uma para o rol das leis ridículas (mal) elaboradas pelas nossas câmaras municipais. Em Mari, um vereador apresentou projeto proibindo as pessoas de morrerem até que seja construído novo cemitério na cidade. Esse mesmo vereador queria proibir negar a existência de Deus, com pena de dois a quatro anos de reclusão para o infiel. O parlamentar não sofria das faculdades mentais, apenas era fraco de inteligência. Essas propostas ridículas só desmoralizam as câmaras municipais. Faz falta uma boa assessoria para livrar nossos vereadores desses vexames.

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