terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SIVUCA - POEMA DE DAMIÃO CAVALCANTI

Damião Cavalcanti

Tão albino e tão alvo,
A candura de Sivuca,
Como a nota lá no alto,
Subiu depois das nuvens
E os céus enterneceu.

Ofuscado pelo brilho,
Acariciava com a mão
Seus cabelos cor de milho
E assim se despedindo
Dos acordes do sertão.

Choram em sol aqui os homens,
Cantam em si anjos de Deus,
Soa Scala sem um sopro
Santa arte aplaude em dobro
Sempre os bis que concedeu.

Sivuca não morreu.
Foi tão bom,
Ele mudou-se,
Da cidade aqui dos homens
Pra Cidade lá de Deus.

E assim voou na música,
Fez-se parte da orquestra,
Vestido em branca túnica
Quis o Pai à sua destra
O artista que é Sivuca.

IN DIE MORTIS – 14.12.2006

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