Fábio Mozart
Em uma noite de dezembro de 1987, um corpo luminoso cortou os céus da serra do Sino, riscando o vale do Paraíba em direção às terras ricas do Alagamar. Agricultores que conversavam nos terreiros da serra do Pirauá, planejando ocupar as outrora fecundas e produtivas fazendas, viram perfeitamente o astro, ou disco voador. A maioria achou que era a estrela cadente. Fingiram que não sentiram a forte sensação de entrar em um universo paralelo, saindo daquele mundo cotidiano de agruras, de falta de feijão e farinha. Retomaram a conversa em algum ponto do passado, porque o corpo luminoso deixou a impressão de hipnose, levou aquelas cabeças broncas a um mundo borbulhante de novidades e beleza nunca experimentada. Sabiam todos que não havia explicação, mas no íntimo sentiam que outro universo fez contato.
No saguão do hospital, naquela hora, dona Joaninha procurava força e sabedoria necessária para enfrentar uma situação de dor e desalento. Seu Cipriano, marido de dona Joaninha, tinha medos iguais. No entanto, fazia gestos mansos para não assustar a mulher ou confundir ainda mais aquele ser tão frágil. Falava baixinho. Bateu o pó das estradas a vida toda, vendendo mangaio nas feiras. Nada arrumou de seu, a não ser o respeito da esposa e a esperança de ser pai. E era naquela hora mesmo que estava prestes a ser pai. A repercussão disso na vida pessoal daquele casal pobre já era potencialmente devastadora. Não tinham casa, nem esperança de arrumar alimento para o rebento que estava às vésperas de vir ao mundo. Moravam de favor em um quartinho no subúrbio.
Homens de pouca fé rezaram quando passou o corpo luminoso. Seu Cipriano, rapaz do interior e muito devoto, rezou com a intimidade dos que conhecem os poderes infinitos da Natureza. Vagou sem rumo certo até a porta do hospital, quando passou a estrela. Dali em diante o lume o orientou. Os astros não são guias errantes. Eles apontam o caminho para quem sabe ler sua orientação de outras paragens. Seu Cipriano viu aquela centelha e soube no mesmo instante que o milagre visitaria aquelas vidas severinas.
LEIA NA ÍNTEGRA
CLIC colunafabiomozart.blogspot.com
Em uma noite de dezembro de 1987, um corpo luminoso cortou os céus da serra do Sino, riscando o vale do Paraíba em direção às terras ricas do Alagamar. Agricultores que conversavam nos terreiros da serra do Pirauá, planejando ocupar as outrora fecundas e produtivas fazendas, viram perfeitamente o astro, ou disco voador. A maioria achou que era a estrela cadente. Fingiram que não sentiram a forte sensação de entrar em um universo paralelo, saindo daquele mundo cotidiano de agruras, de falta de feijão e farinha. Retomaram a conversa em algum ponto do passado, porque o corpo luminoso deixou a impressão de hipnose, levou aquelas cabeças broncas a um mundo borbulhante de novidades e beleza nunca experimentada. Sabiam todos que não havia explicação, mas no íntimo sentiam que outro universo fez contato.
No saguão do hospital, naquela hora, dona Joaninha procurava força e sabedoria necessária para enfrentar uma situação de dor e desalento. Seu Cipriano, marido de dona Joaninha, tinha medos iguais. No entanto, fazia gestos mansos para não assustar a mulher ou confundir ainda mais aquele ser tão frágil. Falava baixinho. Bateu o pó das estradas a vida toda, vendendo mangaio nas feiras. Nada arrumou de seu, a não ser o respeito da esposa e a esperança de ser pai. E era naquela hora mesmo que estava prestes a ser pai. A repercussão disso na vida pessoal daquele casal pobre já era potencialmente devastadora. Não tinham casa, nem esperança de arrumar alimento para o rebento que estava às vésperas de vir ao mundo. Moravam de favor em um quartinho no subúrbio.
Homens de pouca fé rezaram quando passou o corpo luminoso. Seu Cipriano, rapaz do interior e muito devoto, rezou com a intimidade dos que conhecem os poderes infinitos da Natureza. Vagou sem rumo certo até a porta do hospital, quando passou a estrela. Dali em diante o lume o orientou. Os astros não são guias errantes. Eles apontam o caminho para quem sabe ler sua orientação de outras paragens. Seu Cipriano viu aquela centelha e soube no mesmo instante que o milagre visitaria aquelas vidas severinas.
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