Fábio Mozart
Os caminhos do texto cibernético são incomensuráveis. Você posta uma matéria e recebe respostas do Brasil todo, desde São Paulo até Porto Velho, em Rondônia, do Amapá à Bahia, passando por Minas e Rio Grande do Norte. Recolho-me ao silêncio do meu apertado escritório na nova morada onde me escondo e passo a ler as mensagens, nesse primeiro dia do ano de 2010, aliviado por não ter ido ver a pinóia da queima de fogos na praia, que dizem ter sido uma negação total. Muita desorganização, falta de ônibus, apagão, chuva e engarrafamentos de dimensões paulistas.
Mas voltemos às mensagens. Luiz Augusto Andrade é de São José dos Campos, em São Paulo. Tem 60 anos. Dono de um pitbull preto igual ao meu cachorro Miruca, que foi passar férias em Mari. Luiz leu a crônica “Livre-se do Papai Noel” e informou que na época de Natal costuma comungar o Evangelho segundo a mãe da leitoa, a senhora porca. “Parabéns pelo texto, muito verdadeiro”, finaliza.
Raziel Maceulevicius é uma moça de 22 anos que mora em São Paulo, capital, e também leu a matéria sobre o Papai Noel. O mesmo texto chamou a atenção de Moacyr de Lima e Silva, que disse concordar comigo sobre o cretino do Noel e assina embaixo. Moacyr é professor aposentado e filósofo. Tem 72 anos. Por aí se vê a heterogeneidade etária dos meus leitores, todos estreitamente ligados pela inteligência e refinamento.
Mariana Calçada, por exemplo, tem 24 anos, mora no Rio e diz que aprendeu a ler aos cinco anos de idade e aos oito já redigia contos e poemas. Confessa que adorou o texto “Previsões para 2010.” O Mike Kahowec, de São Paulo, tem apenas 17 anos e me convida a ler seus textos no site pessoal. Acha que sou um escritor experiente que pode orientar seus caminhos pelo mundo da literatura. Nem tanto, meu jovem compadre! Quando eu era adolescente igual a você, cheio de espinhas na cara e sonhos malucos na cabeça, já redigia um jornal na minha cidadezinha. Precisei de quase 40 anos para dominar um pouco a arte de escrever. É moleza não! Pau na máquina, como se dizia nos tempos idos e vividos.
Outro adolescente, Glauber Veríssimo, diz ter também 17 anos (essa rapaziada de internet lê mesmo!). Ele é de Suzano, São Paulo. Constata que uma simpatia difícil de realizar é a que pede penico de moça virgem, pela dificuldade de se encontrar donzela hoje em dia.
Lívia tem 23 anos, é de Londrina, Paraná. É cantora, compositora e poeta. Sandra Canassa mora em Aparecida de Goiânia, Goiás. Diz que sou muito talentoso e manda “beijos de luz.” Agradeço o elogio e retribuo com beijos de encantamento por ter tão delicadas leitoras. Ela gostou dos haikais.
(Continuo amanhã)
Os caminhos do texto cibernético são incomensuráveis. Você posta uma matéria e recebe respostas do Brasil todo, desde São Paulo até Porto Velho, em Rondônia, do Amapá à Bahia, passando por Minas e Rio Grande do Norte. Recolho-me ao silêncio do meu apertado escritório na nova morada onde me escondo e passo a ler as mensagens, nesse primeiro dia do ano de 2010, aliviado por não ter ido ver a pinóia da queima de fogos na praia, que dizem ter sido uma negação total. Muita desorganização, falta de ônibus, apagão, chuva e engarrafamentos de dimensões paulistas.
Mas voltemos às mensagens. Luiz Augusto Andrade é de São José dos Campos, em São Paulo. Tem 60 anos. Dono de um pitbull preto igual ao meu cachorro Miruca, que foi passar férias em Mari. Luiz leu a crônica “Livre-se do Papai Noel” e informou que na época de Natal costuma comungar o Evangelho segundo a mãe da leitoa, a senhora porca. “Parabéns pelo texto, muito verdadeiro”, finaliza.
Raziel Maceulevicius é uma moça de 22 anos que mora em São Paulo, capital, e também leu a matéria sobre o Papai Noel. O mesmo texto chamou a atenção de Moacyr de Lima e Silva, que disse concordar comigo sobre o cretino do Noel e assina embaixo. Moacyr é professor aposentado e filósofo. Tem 72 anos. Por aí se vê a heterogeneidade etária dos meus leitores, todos estreitamente ligados pela inteligência e refinamento.
Mariana Calçada, por exemplo, tem 24 anos, mora no Rio e diz que aprendeu a ler aos cinco anos de idade e aos oito já redigia contos e poemas. Confessa que adorou o texto “Previsões para 2010.” O Mike Kahowec, de São Paulo, tem apenas 17 anos e me convida a ler seus textos no site pessoal. Acha que sou um escritor experiente que pode orientar seus caminhos pelo mundo da literatura. Nem tanto, meu jovem compadre! Quando eu era adolescente igual a você, cheio de espinhas na cara e sonhos malucos na cabeça, já redigia um jornal na minha cidadezinha. Precisei de quase 40 anos para dominar um pouco a arte de escrever. É moleza não! Pau na máquina, como se dizia nos tempos idos e vividos.
Outro adolescente, Glauber Veríssimo, diz ter também 17 anos (essa rapaziada de internet lê mesmo!). Ele é de Suzano, São Paulo. Constata que uma simpatia difícil de realizar é a que pede penico de moça virgem, pela dificuldade de se encontrar donzela hoje em dia.
Lívia tem 23 anos, é de Londrina, Paraná. É cantora, compositora e poeta. Sandra Canassa mora em Aparecida de Goiânia, Goiás. Diz que sou muito talentoso e manda “beijos de luz.” Agradeço o elogio e retribuo com beijos de encantamento por ter tão delicadas leitoras. Ela gostou dos haikais.
(Continuo amanhã)
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