sábado, 5 de setembro de 2009

NOTÍCIAS DO BRASIL: Filhos albinos de mãe negra fazem exames oftalmológicos em Olinda.

Eles vivem na periferia da cidade e precisam de cuidados contra o sol. Mãe e outros dois irmãos não têm albinismo.
Rosemere, mãe de cinco filhos, sendo três albinos, posa na frente de sua casa, na periferia de Olinda (PE), em 30 de agosto deste ano,

Três irmãos albinos, filhos de mãe negra, têm dificuldade de viver como crianças comuns nas vielas do bairro Varadouro, em Olinda (PE). O sol forte típico de Pernambuco cria dificuldades ainda maiores para a rotina destas crianças, que possuem uma sensibilidade maior à luz solar. Elas passaram por exames oftalmológicos nesta sexta-feira (4), na Fundação Altino Ventura. O objetivo é acompanhar o tratamento do albinismo.
Segundo Eveline Barros, oftalmologista pediátrica da fundação, os três irmãos têm albinismo óculo cutâneo (pacientes com baixa pigmentação, mas que têm pais com pigmentação normal). "Podemos dizer que é um caso raro, pois precisa acontecer de o pai ou a mãe terem os genes recessivos propícios para o albinismo."
Ruth Caroline, 10 anos, Esthefany, 8 anos, e Kauan, 5 anos, devem começar a usar óculos especiais a partir de terça-feira (8). Os aparelhos foram doados por um comerciante de Olinda. "Eles têm alteração visual e nistagmo, que é quando a pessoa movimenta os olhos de forma constante, e estrabismo, típico de pessoas com albinismo", afirmou Eveline.

Irmãos albinos fazem exame na Fundação Altino Ventura, em Olinda (PE), nesta sexta-feira (4)

Sol e mar
Rosemere disse ao G1 que o 'trio elétrico' adora brincar com água e passear nas areias das praias de Olinda. "Eu só posso levá-los para passear na Praia Del Chifre depois das 16h30, quando o sol está mais fraco. É o que eles mais adoram fazer."
A oftalmologista Eveline disse que os três possuem fotofobia, que é sensilidade à luz solar e artificial. "Eles precisam viver com protetor solar na pele. O fator de proteção 50 é o mínimo que têm de usar. Em casos como os desses irmãos é comum a incidência de câncer de pele, por isso que o acompanhamento médico especializado é importante para as crianças."
Inclusão escolar
Eveline disse que a segunda etapa do tratamento será o encaminhamento das crianças com albinismo para uma pedagoga. "Eles vão passar por um profissional da área especilizado em pacientes de baixa visão. Esse procedimento é necessário para sabermos como está o grau de conhecimento deles em relação ao ano escolar em que estudam."
A oftalmologista afirmou ainda que eles têm visão subnormal estável. "Esse quadro não evolui mais. Há três estágios de diagnóstico, a visão normal, a visão subnormal e a cegueira legal. Por sorte, eles são bem desenvolvidos e comunicativos. Isso ajuda muito para a inclusão escolar deles."

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