Fábio Mozart
Estou construindo glossário de termos regionais que não constam nos dicionários. Quem se lembrar de palavras que ouvia na infância, vocábulos que se perderam por falta de uso, agradeço a colaboração.
Infitete, por exemplo, o que é? E mandrião? Minha vó Biu costumava nos chamar de mandriões. Alguma coisa a ver com preguiçosos. Infitete é um termo mais pesado, que ela nunca usou. “Tem gente que ainda quer esse infitete no Governo”, escreveu um internauta sobre José Maranhão no blog “ClicPB”. A palavra pode significar infeliz, uma corruptela. Tem a grafia infiteto, que é o sujeito macambúzio, triste, aborrecido.
Pior é ser chamado de “pudrura”. Corruptela de podre. Quatro palavras que colhi nos interiores por onde passei: esguei, esbrungue, farnizim e cabrunco. O que significa esguei pra você? Eu acho que tem a ver com algo torto, enviesado. Esbrungue é termo muito usado pelo poeta e declamador Sanderli Silva, puxando o verbo esbrunganhar. Não tem nada a ver com esbregue, que significa bronca ou reclamação pesada, barulho. Esbrungue é o sujeito desmantelado, o tipo jegue. Farnizim é termo catalogado no Dicionário Informal, com o significado de mal estar.
Cabrunco, uma palavra que ouvi pela primeira vez no sítio Entroncamento, município de Cruz do Espírito Santo. Segundo o tal dicionário, o termo cabrunco deriva de carbúnculo, doença que afetava gado bovino. O termo pode ser um palavrão, elogio ou significar espanto. Se palavrão, relaciona-se ao diabo; se elogio, vale como superlativo; se expressão de espanto, serve para demonstrar um susto.
Minha avó paterna, de origem rural e analfabeta, costumava usar um termo que só depois vim a entender: aruvai. “Menino, cuidado com o aruvai”, dizia ela a caminho do roçado. Era o orvalho da manhã acumulado nas plantas rasteiras, molhando as nossas calças curtas. Essa avó, Joana Cândida da Costa, era uma pessoa tão querida e popular na velha Itabaiana que hoje é nome de rua.
Estou construindo glossário de termos regionais que não constam nos dicionários. Quem se lembrar de palavras que ouvia na infância, vocábulos que se perderam por falta de uso, agradeço a colaboração.
Infitete, por exemplo, o que é? E mandrião? Minha vó Biu costumava nos chamar de mandriões. Alguma coisa a ver com preguiçosos. Infitete é um termo mais pesado, que ela nunca usou. “Tem gente que ainda quer esse infitete no Governo”, escreveu um internauta sobre José Maranhão no blog “ClicPB”. A palavra pode significar infeliz, uma corruptela. Tem a grafia infiteto, que é o sujeito macambúzio, triste, aborrecido.
Pior é ser chamado de “pudrura”. Corruptela de podre. Quatro palavras que colhi nos interiores por onde passei: esguei, esbrungue, farnizim e cabrunco. O que significa esguei pra você? Eu acho que tem a ver com algo torto, enviesado. Esbrungue é termo muito usado pelo poeta e declamador Sanderli Silva, puxando o verbo esbrunganhar. Não tem nada a ver com esbregue, que significa bronca ou reclamação pesada, barulho. Esbrungue é o sujeito desmantelado, o tipo jegue. Farnizim é termo catalogado no Dicionário Informal, com o significado de mal estar.
Cabrunco, uma palavra que ouvi pela primeira vez no sítio Entroncamento, município de Cruz do Espírito Santo. Segundo o tal dicionário, o termo cabrunco deriva de carbúnculo, doença que afetava gado bovino. O termo pode ser um palavrão, elogio ou significar espanto. Se palavrão, relaciona-se ao diabo; se elogio, vale como superlativo; se expressão de espanto, serve para demonstrar um susto.
Minha avó paterna, de origem rural e analfabeta, costumava usar um termo que só depois vim a entender: aruvai. “Menino, cuidado com o aruvai”, dizia ela a caminho do roçado. Era o orvalho da manhã acumulado nas plantas rasteiras, molhando as nossas calças curtas. Essa avó, Joana Cândida da Costa, era uma pessoa tão querida e popular na velha Itabaiana que hoje é nome de rua.
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