quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pra quê palavras?

Ricardo e Cássio: abraço apertado que selou aliança informal


Foi assim sem discurso, anúncio ou pronunciamento formal que a Paraíba viu nascer, na noite do dia 6 de janeiro de 2010, a oficialização histórica de uma aliança que há quase dois anos se anunciava.

Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho selaram com um abraço incontido o que a Paraíba toda já preconiza com o pensamento.

Na casa de Ramalho Leite e da prefeita Marta Ramalho, o tucano esperava a chegada o prefeito como se no altar estivesse. Uma vez juntos, foram impulsionados a um abraço que não estava no roteiro dos assessores, que esperavam no máximo um aperto de mãos e o flagra “acidental” de máquinas fotográficas.

Quando se viram naquela sala apinhada, no entanto, Cássio e Ricardo descobriram que a cena se desenrolaria espontaneamente. O roteiro havia sido escrito pelo povo. E nele continha um abraço apertado, acompanhado de gritos e aplausos, que fala por si só.

Que diz “estamos juntos, venha o que vier”.

As eleições de 2010 ainda trarão muitas emoções. É só um começo. Mas aquele abraço estará na história desse pleito como um marco de uma aliança esperada por muitos e indesejável para o governador José Maranhão.

Nele, naquele abraço, uniram-se como num passe de mágica Campina Grande e João Pessoa, apertando eleitoralmente os projetos de reeleição do atual governador. E nele cabe toda a legião de “anti-maranhistas” que divide a Paraíba ao meio.

Não precisa mais de anúncio. Nem de palavras. É provável que Cássio e Ricardo deverão continuar contidos em suas declarações, revelando apenas o desejo de “unir os interesses”, em respeito aos que ainda torcem o nariz para a composição.

Mas o sentimento pelo qual eles estão movidos independe de palavras. Expressa-se incontrolavelmente como açude sangrando.

Claro que os problemas ainda estarão por vir. Não é difícil imaginar que entre Cássio e Ricardo existe o senador Cícero Lucena. Que dirige com o isqueiro na mão o caminhão do PSDB cheio de tambor de gasolina.

E que não medirá esforços para transformar em tragédia grega a história de um enleio político oficializado sob o céu de Bananeiras, que tem por Nossa Senhora do Livramento, sua padroeira, a garantia de superar obstáculos.

Curtas

A noite foi histórica, mas alguns tucanos revelaram semblante de preocupação. O que fazer com Cícero Lucena, que detém o comando do PSDB nas mãos? Certamente, a resposta somente poderá sair de uma convenção que rachará definitivamente em junho de 2010 o partido na Paraíba. Com efeitos estilo Hiroshima.

Destaque para a presença de petistas no encontro de Ricardo, Cássio e Efraim. O presidente do Sebrae, Júlio Rafael, e mais Walter Aguiar e Francisco Linhares estavam muito à vontade no terreno do DEM, em Bananeiras.

Aracilba Rocha era só sorriso. Diz-se que foi ela quem conseguiu, mexendo os pauzinhos, compatibilizar a agenda de Ricardo e Cássio em Bananeiras.

Foi a primeira vez que Cássio, Ricardo e Efraim posaram juntos para uma foto. Em muitas delas, se percebe ainda a presença da vereadora Daniella Ribeiro, citada pelo próprio Ricardo como provável candidata a vice-governadora. Um bom presságio...

Piada que corre no Sertão. "Se o governo Maranhão III, conforme os prefeitos Jota Júnior e Marcos Odilon, não chegou ainda em Bayeux e Santa Rita, que são próximas ao Palácio da Redenção, imagine em Sousa!"

Enfim...
Com Deus e com o povo!
Nossa Senhora do Livramento, vai nos livrar de Maranhão IV

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