quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SOBRE O LIVRO COLETÂNEA POÉTICA

Se Deus não fosse onipresente, bem o seria nessa Coletânea Poética de Antonio Costta. O autor ora, nos seus versos, com o louvor dos Salmos e a graça do Cântico dos Cânticos.

São frequentes, na vida literária, poesias de índole religiosa como se consagrou o escritor Jorge de Lima, do qual, nesse aspecto, destaco “Pelo voo de Deus quero me guiar” em “Tempo e Eternidade” (1935) e “Poema do Cristão” em “Túnica Inconsútil” (1938).

O poeta Antonio Costta parece se inspirar nesse famoso poeta alagoano, quando recorre à memória para revivenciar a infância. Verifica-se isso num Costta, recordando as meninadas das terras do Pilar, no poema “Carro de Boi”, com ritmo de “Nega Fulô”, ou, enquanto fase da vida de criança, no tema de “O mundo do menino impossível” de um Jorge da União dos Palmares. O autor ainda envereda pelo social com “João Brasil”, o que coincide com o vate, amigo de José Lins do Rego, nos seus escritos, revoltado com as injustiças sociais.

As semelhanças prosseguem neste livro, promissoras para o novo poeta, que poderá aprimorar-se, seguindo as qualidades do imortal Jorge de Lima, havido, na literatura brasileira, como elo da tradição com o novo; dialético entre o vulgar e o sublime; regional, nas paragens e horizontes universais da sua magnânima poesia.

Damião Ramos Cavalcanti

(MEMBRO DA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS)

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