quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PT: uma grande Araruna?

A denúncia a ser apresentada nesta quarta ao Ministério Público dando conta de uma lista com mais de 40 petistas integrantes das chapas que apóiam o deputado Rodrigo Soares para presidência do PT nomeados no governo Maranhão III chama atenção para alguns aspectos da disputa interna na legenda.

O primeiro de cunho legal. Poderia o governo colocar-se à disposição com o dinheiro público para financiar por vias indiretas a eleição da nova direção de um partido político?

A resposta, por mais cínicos que existam no mundo, é óbvia: não. Neste caso, seria quase um mensalão às avessas.

O segundo aspecto é de caráter ideológico. Confirmada a concessão volumosa de cargos para que petistas apóiem determinada candidatura dentro do PT que autonomia o partido terá em caso de vitória dos beneficiados?

Simplesmente, nenhuma. Pois o grau de autonomia de uma legenda está proporcionalmente ligado ao número de favores que ela recebeu de um grupo político.

Se for verdade que a base que apóia a candidatura de Rodrigo Soares é formada majoritariamente, para não dizer por completo, por figuras nomeadas no governo Maranhão III, é simples calcular que o deputado deverá sua vitória ao governador Maranhão.

Que passará, ele sim, a ser o novo presidente do PT paraibano. Aliás, por questões de justiça, uma vez que terá contribuído para uma suposta vitória de Rodrigo Soares.

Assim, ao dever favores a Maranhão, o PT perderá toda e qualquer autonomia para, avaliando os cenários políticos de 2010, se posiocionar diante do pleito, sob os olhares da sociedade.

No primeiro aspecto, cabe, portanto, uma apuração responsável do Ministério Público.

No segundo, a simples reflexão da militância petista.

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